quinta-feira, 17 de novembro de 2011

 Técnica da psicoterapia cognitivo-comportamental vem ajudando com mais eficácia o alívio do estresse de cuidadores de familiares com demência, segundo estudo recente
Cuidar de um ente querido com demência é uma tarefa extremamente estressante. Uma nova pesquisa descobriu que uma técnica de psicoterapia em particular pode aliviar com mais eficácia o estresse, a ansiedade e a depressão entre os cuidadores.
A pesquisa foi baseada em evidências documentadas, e se observou que a prática de uma técnica da psicoterapia cognitiva, chamada de 'reenquadramento’, pode ajudar a reduzir o estresse dos cuidadores quando estes estão a cuidar de seus entes queridos com demência. A pesquisa aparece na última edição da The Cochrane Library, uma publicação da Cochrane Collaboration, organização internacional que avalia pesquisas médicas.
O Reenquadramento cognitivo centra-se em pensar de maneira diferente por ‘reenquadramento’ pressupostos negativos ou falsos pensamentos (ou seja, buscar apoio emocional e instrumental para aceitação de uma nova circunstância), algo que promove o comportamento adaptativo e diminui a ansiedade e a depressão, disseram os pesquisadores. Sendo que a técnica é normalmente utilizada no contexto da terapia cognitivo-comportamental (TCC) por um profissional de saúde mental, principalmente pelo psicólogo.
Enquanto os estudos têm-se centrado na intervenção psicossocial no atendimento a demência, o novo artigo é o primeiro a concentrar-se sobre os efeitos específicos do reenquadramento cognitivo.
 Os pesquisadores analisaram se os cuidadores beneficiaram-se das várias intervenções para oferecer educação sobre a demência e se as suas crenças sobre as responsabilidades de cuidar e suas próprias necessidades poderiam ter sido mudadas.
"Descobrimos que a mudança do pensamento e a compreensão sobre a demência, ajuda muito para o surgimento de sentimentos mais positivos e para redução da angústia," disse Myrra Vernooij-Dassen, Ph.D., do centro médico da Universidade Radboud Nijmegen, na Holanda.
Os investigadores descobriram que os cuidadores que receberam uma intervenção com o reenquadramento cognitivo apresentaram menos sintomas de ansiedade e depressão e sentiram-se menos estressados ou com sofrimento relacionado com o cuidado do outro, a pesquisa foi baseada em evidências de ensaios clínicos randomizados envolvendo cuidadores de familiares com demência, mas em nenhum momento o estudo foi focado exclusivamente na reformulação cognitiva, mas no reenquadramento cognitivo como o principal componente na sua intervenção.
No entanto, apesar da técnica auxiliar na administração do estresse, não alterou o 'peso' experenciado pelo cuidador ou suas habilidades de enfrentamento do problema. Mas em relação a isso, "Quando um cuidador é capaz de reformular pensamentos autodestrutivos em um raciocínio mais construtivo, isso já é uma grande mudança", disse Vernooij-Dassen.
Como as pessoas continuam a viver mais tempo, ferramentas para diminuir o estresse dos cuidadores de familiares com demência será ainda mais importante nos próximos anos.
Vernooij-Dassen enfatizou que os cuidadores de demência não precisam estar sozinhos nesse desafio, "quando eles precisam de apoio, devemos ajudar na reformulação de seus pensamentos e a melhor compreensão sobre a demência, produzindo eventualmente resultados positivos."

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